Please enable / Bitte aktiviere JavaScript!
Veuillez activer / Por favor activa el Javascript!

03/10/2023

Moxy - Discografia.

Quando falamos nas grandes bandas do rock canadense, certamente Rush e The Band são os grupos lembrados pelos que acompanham o rock ‘n’ roll sem algum esforço. Porém, mergulhando na espessa neve que ocupa boa parte do Canadá durante o inverno, surgem infinitas e embasbacantes bandas por todos os cantos do país.
 


Um desses casos é o Moxy. Formado em 1973, o grupo carrega a fama de ter sido a última banda de Tommy Bolin antes de entrar para o Deep Purple, mas está muito longe disso. Com quatro discos em sua breve carreira, o quinteto formado pelo carismático vocalista “Buzz” Shearman, o talentosíssimo Earl Johnson na guitarra, e a cozinha Terry Juric (baixo) e Bill Wade (bateria),  estourou nas paradas da América do Norte no final dos anos 70, e no início dos anos 2000, levou milhares de pessoas a assistirem seus shows com um dos retornos mais aguardados da história, culminando com mais um álbum de estúdio.

Moxy (1975)

Logo de cara, o grupo lançou o que podemos definir como Clássico com C maiúsculo. Um ano após ter nascido (ainda com o baixista Kim Fraser), o Moxy lançou o compacto “Can’t You See I’m A Star”, um hino do rock canadense e que levou o quarteto a assinar com a Polydor Records em dezembro de 1974. Depois de uma longa turnê pela América do Norte, vão para os estúdios gravar seu debut de uma forma totalmente independente. Porém, o quarteto vivia de shows, e não parava de excursionar, sempre gravando em algum estúdio quando sobrava tempo. Foi assim que surgiu Tommy Bolin, quando o Moxy passava pela Califórnia, na cidade de Van Nuys. Bolin gravava Teaser, seu primeiro álbum solo, no mesmo estúdio que o Moxy estava gravando, e ofereceu seus trabalhos para o grupo. O resultado foi Moxy, ótimo LP, destacando as clássicas “Fantasy”, uma balada de tirar o fôlego, a paulada “Moon Rider“, em um belo duelo de Bolin e Johnson, e “Train”, altíssima performance de Bolin desta que talvez seja a canção mais conhecida do álbum, junto com o hino “Can’t You See I’m a Star”. As influências em Led Zeppelin aparecem nos momentos acústicos de “Sail On Sail Away” ou no hard rasgado de “Out of Darkness (Into the Fire)”. O riff de “Time to Move On” pode ser confundido com os riffs de Blackmore na Mark II do Deep Purple, e “Still I Wonder” é responsável pelo melhor solo de guitarra que Bolin registrou no álbum, que vendeu muito nos Estados Unidos, onde teve todas as suas oito faixas amplamente divulgadas nas rádios. Quando estava prestes a ser oficializado novo guitarrista do Moxy, Bolin foi chamado para substituir Blackmore no Deep Purple, deixando para Buddy Caine o posto da segunda guitarra. A história já havia sido escrita no álbum apelidado apenas de “preto”, mas era apenas o começo.

Moxy II (1976)

Logo depois de completarem sua primeira turnê canadense como headliners, a nova formação lança Moxy II, que mantém a mesma sonoridade de Moxy, com riffs diretos e refrães grudentos, porém não tão pesados como seu antecessor. Com produção de Jack Douglas (Aerosmith), o “álbum vermelho” acabou sendo lançado mundialmente no verão de 1976, e mostrou as fortes influências de Led Zeppelin mais explícitas, principalmente na beleza de mistura acústica/elétrica de “Cause There’s Another”, no blues choroso de “Wet Suit” ou no peso safado de “One More Heartbreaker”. A entrada de Caine permite um sem número de magníficos duelos de guitarra com Johnson, e o grande destaque nesse sentido fica para o peso de “Through the Storm“, uma das melhores faixas da carreira dos canadenses, com a dupla dando show de virtuose e melodia, e na sensacional “Slippin’ Out“, uma instrumental para levar qualquer ouvinte em uma viagem sem sair do quarto. Outro ponto que se fortalece em Moxy II são os refrões grudentos, e aqui estão “Midnight Flight”, “Tryin’ Just For You” e “Take It or Leave It”, mostrando também uma faceta dançante que não havia sido ouvida em Moxy. Há ainda a balada “Change in My Life”, elaborada para as rádios americanas, e que foi o grande sucesso do álbum junto de “Take It or Leave It”. Com a intenção de fazer do Moxy uma grande banda, a Mercury, detentora mundial dos direitos do grupo, colocou o álbum a venda por modestos £1,50 na Inglaterra, e lá, o grupo vendeu muito, permitindo a imprensa inglesa aclamá-los como o Led Zeppelin canadense, e não era por menos, já que além das inspirações nos britânicos, as qualidades musicais advindas das frias terras da América do Norte eram igualmente bem-recebidas. Era o auge da carreira do grupo, abrindo para o Black Sabbath nos Estados Unidos e sendo headliner em seu país mais uma vez.

Ridin’ High (1977)

Em março de 1977, registram o terceiro álbum, que foi lançado no meio do ano. O primeiro álbum a carregar um título, Ridin’ High já surpreende pela bonita capa , obra de Heiner Geisel. Tentando fugir das comparações com o Led, voltam-se para um hard mais comum, e contando novamente com a produção de Jack Douglas. O LP divide-se em dois lados muito distintos. O primeiro é hard puro, desde a grudenta “Nothin’ Comes Easy” até “I‘ll Set You on Fire“, sempre com refrães pegajosos que martelam na sua cabeça dias e dias, além dos riffs marcantes de “Rock Baby” e “Sweet Reputation“, essa talvez a melhor canção do disco. Já o lado B é mais cadenciado, trazendo a balada “Another Time Another Place”, o boogie da faixa título (reproduzida também em “Reprise (Nothin’ Comes Easy)”) e na excepcional “Young Legs“, pancada com show das guitarras de Johnson e Caine. Há ainda o hard tipicamente Moxy de “Are You Ready”, e assim, conclui-se a trinca inicial dessa primeira formação do grupo, já que depois da primeira excursão como headliners nos Estados Unidos (tendo nos shows do Texas ninguém menos que o AC/DC como banda de abertura), Buzz teve que sair do grupo por problemas nas cordas vocais, sendo substituído por Brian Maximan. 

Em novembro de 1977, Buzz saiu de vez, alegando conflitos de personalidade e diferenças musicais, fundando posteriormente sua própria banda, a Buzz Saw, ao lado de Bob Bulger (guitarra) e Frank Russe (bateria). Junto com Buzz, Wade pediu as contas, sendo substituído por Danny Bilan, enquanto que o vocalista Michael Rynoski (Mike Renno) assumiu os vocais.
Moxy


Under The Lights (1978)

A entrada de Reno foi responsável principalmente por comandar uma mudança na sonoridade da banda, incluindo um trio vocal formado por Tracy Richardson, Sharon Lee Williams e Colina Phillips. A voz grave de Reno difere bastante da rasgada voz de Sherman, e o resultado é um disco muito voltado para o pop rock, longe das raízes hard que consagrou o grupo três anos antes. O passado está presente apenas nos slides de “High School Queen“, no agito de “Sailor’s Delight” e na pesada “Livin’ & Learnin’”. Há um excesso de baladas, desde melosas e totalmente oitentistas (apesar de estarmos nos anos 70) como “Sing to Me” e “Maybe I’m a Dreamer“, até aquelas mais complexas, como “Under the Lights” e “Easy Comes Easy Go“, que me lembra muito as linhas de “Simple Man”, do Lynyrd Skynyrd”. “Thinking About You” faz o meio de campo, sendo a mais fraca de um álbum que, apesar de ser abaixo dos três primeiros, tem sua fundamental importância, pois foi o primeiro a mostrar à geração de adolescentes americanos do final dos anos 70 um som mais acessível, influenciando diretamente no nascimento de bandas como Cinderella, Firehouse, Poison, Bon Jovi e até mesmo na evolução de seu primo, o Triumph, dando origem ao chamado hard farofa, além do Loverboy, grupo de grande sucesso nos anos 80 e que era comandado por Reno. Under the Lights abusa do uso de teclados e letras melosas, com um ineditismo relevante para sua época. 

A banda partiu para uma longa turnê ao lado de Aerosmith, Ted Nugent, Triumph e Johnny Winter, mas a ausência de Buzz afetou, e muito, a popularidade do grupo, que entrou em rápida decadência. Earl Johnson saiu, substituído por Woody West, e em seguida por Doug MacAskill, e assim, com o retorno de Buzz, em 1979, o Moxy teve mais alguns meses de vida. A morte de Bon Scott (AC/DC) levou Buzz a ser cogitado para vocalista da banda australiana, mas os problemas nas cordas vocais se agravaram, permitindo a entrada de Brian Johnson na banda dos irmãos Young. 

O Moxy continuou excursionando, mas no dia 16 de junho de 1983 Buzz envolveu-se em um grave acidente de moto, e acabou falecendo. Os membros originais da Moxy reuniram-se para realizar um concerto com o objetivo de angariar fundos para a família de Buzz, que havia deixado uma esposa e um filho, e lançar a coletânea A Tribute to Buzz Shearman, que traz três canções que não haviam sido lançadas anteriormente: “Highway”, “Eyeballs” e “Trouble”, todas com Buzz nos vocais.

V (2000)

Em 1999, Johnson, Wade e Caine reuniram-se para produzir o quinto álbum da banda, V (ou “cinza”), junto de Brian Maxin (vocais) e Jim Samson (baixo). O disco é uma mistura do Moxy da fase Buzz com toda a modernidade dos anos 2000. Os vocais de Maxin são rasgados, na linha de David Coverdale – ouçam o embalo de “Snakebite” e comprovem isso – só que bem mais graves, o que deu mais peso ao grupo. É interessante como os canadenses souberam utilizar daquilo que foi inventado em cima do que eles inventaram, soando como uma banda atual, só que nos remetendo diretamente à suas origens, principalmente por conta dos riffs de guitarra e slide em “Candy Delight”, “Fire Down Below” e “B-757″, que trazem aquela sensação de “Como soaria o Led Zeppelin nos anos 2000?“. Há alguns excessos, principalmente nas vocalizações de “Nitro Love” ou na lentidão de “Not for Glory, Not for Gold”, mas até a farofice escancarada das power ballads “High Lonely” e “Burning in the Night”, ou o grudento refrão de “Walking on the Wild Side“, trazem aquele sorriso faceiro ao rosto do vivente, todas saídas diretamente das tumbas dos anos 80. “Yucatan Man” se tornou o grande destaque do disco, assim como “Thunder Inc.”, ambas por conta da participação de uma boa harmônica (tocada por Caine) fazendo o solo central, mas o melhor fica por conta de “Working Man“, uma mistura de AC/DC com Led Zeppelin para sair pulando pela casa, mostrando que o Moxy ainda tinha mais para dar. 

Infelizmente, Wade acabou adquirindo uma grave doença após o lançamento de V, sendo substituído por Kim Hunt, e falecendo de câncer no dia 27 de julho de 2001, mesmo ano do lançamento (na Europa) de uma segunda versão de V, contando com as músicas de estúdio e mais três gravadas ao vivo, além de uma nova capa. 

Desde então, o Moxy segue excursionando pela Europa, alternando bastante sua formação, mas sem lançar álbuns de estúdio. Na discografia, constam ainda Raw, (2002) gravado ao vivo no Sweden Rock Festival e no El Mocambo, ambos em 2001, e a coletânea Best Of: Self Destruction, onde a banda solo de Caine participa com uma canção chamada “Feed the Fire”, e com a versão original trazendo uma rara interpretação para “Take It Or Leave It”. Texto: Mairon Machado. 

Integrantes.

Última Formação.

Kim Hunt (Bateria, 2000-2009)
Jim Samson (Baixo, 1999-2009)
Russell Graham (Vocais, 2008-2009)
Earl Johnson (Guitarra, 1974-1978, 1999-2009)

Ex - Integrantes.

Alex Machin (Vocais, 2003-2008)
Tommy Bolin (Guitarra, 1975)
Doug MacAskill (Guitarra, 1979-1983)
Terry Juric (Baixo, 1974-1983)
Scott Cushnie (Teclados, 1978)
Danny Bilan (Bateria, 1978-1983)
Brian Maxim (Vocais, 1999-2003)
Woody West (Guitarra, 1978-1979)
Buddy Caine (Guitarra, 1975-1983)
Buzz Shearman (Vocais, 1974-1977, 1979-1983)
Michael Rynoski (Vocais, 1978)
Bill Wade (Bateria, 1974-1978, 1999-2000)

Moxy (1975)
01. Fantasy
02. Sail on Sail Away
03. Can't You See I'm a Star
04. Moon Rider
05. Time to Move On
06. Still I Wonder
07. Train
08. Out of The Darkness


Moxy II (1976)
01. Cause There's Another
02. Take It Or Leave It
03. Through The Storm
04. One More Heartbreak
05. Slippin' Out
06. Midnight Flight
07. Change In My Life
08. Tryin' Just For You
09. Wet Suit


Ridin' High (1977)
01. Nothing Comes Easy
02. Rock Baby
03. Sweet Reputations (Symphony for Margaret)
04. I'll Set You on Fire
05. Riding High
06. Young Legs
07. Another Time, Another Place
08. Are You Ready?
09. Nothin' Comes Easy (Reprise)


Under The Lights (1978)
01. High School Queen
02. Under the Lights
03. Maybe I'm a Dreamer
04. Sing to Me
05. Sailor's Delight
06. Thinking About You
07. Easy Come, Easy Go
08. Livin' and Learnin'


Best Of Moxy: Self Destruction (1994)
01. Can't You See I'm a Star
02. Out of the Darkness
03. Sail On Sail Away
04. Fantasy
05. Moonrider
06. Cause There's Another
07. Change in My Life
08. Tryin' Just for You
09. Wet Suit
10. Nothin' Comes Easy
11. Sweet Reputation
12. Ridin' High (Remix)
13. Nothin' Comes Easy (Reprise)
14. Trouble
15. Feed the Fire


Moxy V (2000)
01. Yucatan Man
02. Nitro Love
03. Fire Down Below
04. Burning in the Night
05. Candy Delight
06. Walkin' on the Wild Side
07. B-757
08. Not for Glory, Not for Gold
09. Working Man
10. Snakebite
11. High Lonely
12. Thunder Inc


Raw (Live 2002)
01. Midnight Flight
02. Cant You See Im A Star
03. Time To Move On
04. Cause Theres Another
05. Through The Storm
06. Ill Set You On Fire
07. Another Time Another Place
08. Yucatan Man
09. Nitro Love
10. Sweet Reputation
11. Rock Baby
12. Out Of The Darkness
13. Moon Rider
14. Fantasy
15. Sail On Sail Away
16. Nothing Comes Easy
17. Ridin High

Zippyshare.

Uloz.to.

 
Todos comentários aparecem após a aprovação, portanto aguarde a moderação do seu comentário sem precisar repeti - ló várias vezes.

Perguntas, avisos ou problemas no blog, serão atendidos somente através do e-mail: alex.classicrock@yahoo.com.br

Quem insistir em escrever nos comentários será ignorado e o problema não será corrigido.

Por vários motivos esse Blog não atende pedidos de discografias, e-mails ignorando este aviso serão marcados como Spam.

Links alheios não serão permitidos.

Respeite os gostos e opiniões alheias, críticas, ofensas e discussões com palavras de baixo calão não serão permitidas.