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28 maio 2024

Celso Blues Boy - Discografia.

Não são muitos os artistas que podem se gabar de ter criado uma linguagem musical. Robert Johnson, Frank Sinatra, Chuck Berry, Elvis, Hendrix, Marvin Gaye, Miles Davis, os Beatles, Kraftwerk, Black Sabbath, Ramones, o Faith No More - a lista não avança muito a partir daí. Nesse seleto grupo de excepcionais, Celso Blues Boy arruma uma vaguinha por ter dado um sotaque brasileiro ao blues, um gênero americano (ou africano, em suas raízes mais profundas) por excelência, e com ele feito sucesso avassalador ao ponto de ser, ao mesmo tempo, lenda, ídolo e referência, ainda mais quando o papo recai sobre aquele instrumento de seis cordas chamado guitarra.

Exagero? Nada. Erro seria desprezar sua contribuição para a música brasileira.

Os gringos o reconheceram: a revista Backstage colocou Celso entre os 20 maiores guitarristas da história; BB King, expressão máxima do blues, o reverenciou ao dividir palcos e estúdio com ele e o convidar para fazer carreira nos EUA; tocou no célebre Festival de Montreaux, na Suíça; The Commitments, a banda do filme cult de Alan Parker, chamou Blues Boy para se integrar a ela (e ele gentilmente recusou). Se Celso não foi alçado ao mesmo patamar glorioso de Tom Jobim, João Gilberto, Caetano Veloso e outras sumidades nacionais, não cabe aqui buscar explicações.

Fato é que Celso vem fazendo história desde a metade dos anos 70. Com apenas 17 anos, por exemplo, integrou o grupo de Raul Seixas. Acompanhou uma penca de veneráveis nomes da MPB (Renato e Seus Blue Caps, Sá & Guarabira, Luiz Melodia...) e arregimentou fãs ao empunhar a guitarra nas bandas Legião Estrangeira e Aero Blues, considerado o primeiro grupo de blues do Brasil e dono de performances memoráveis na lendária casa de shows Apa Loosa, no Rio de Janeiro.

Esses mesmos fãs viram Celso galgar os degraus da fama nos anos 80. Sua estreia solo, em 1984, com "Som na Guitarra", é um clássico absoluto, não só pelos hits que contém ("Aumenta que isso aí é rock'n'roll", "Blues Motel"), mas por espalhar aos quatro cantos do país a notícia de que havia bom blues sendo feito no Brasil. Junte isso ao talento nas seis cordas, a voz rouca, a boa aparência e canções de qualidade e se tem um astro instantâneo. Foi o que aconteceu.

A década de 80 foi mesmo pródiga para o guitarrista - é dessa época outros hits como "Marginal" (ao lado de Cazuza), "Damas da Noite", "Tempos Difíceis", "Fumando na Escuridão", "Sempre Brilhará" e as trilhas de "Rock Estrela" e "Bete Balanço" -, tanto que ele está entre os artistas símbolo do período. Mas jamais ficou restrito a ele. Tanto é que foi na década de 90 que ele gravou o excepcional "Vivo" no Circo Voador (RJ). Foi também quando passou a se apresentar regularmente na Europa, virou amigo de BB King - a quem homenageia no nome artístico e que empresta seu toque único a "Mississipi", faixa do álbum "Indiana Blues", de 95 - e recebeu o convite para integrar os Commitments. Isso sem falar na agenda lotada de shows pelo Brasil.

Vale um aparte para a participação de Celso no Festival de Montreaux, na Suíça, em 1995. Seu apartamento ficava em frente ao lendário The Duke's, bar onde todas as feras do evento fazem questão de dar canjas.

Nos anos 2000, Celso Blues Boy segue incansável na estrada, de aeroporto em aeroporto, pelos palcos afora. Nessas idas e vindas, foi parar novamente no Circo Voador, sem dúvida, seu lar fora de Joinville (SC), onde mora há 12 anos. Foi ali, naquele espaço lendário, que gravou no ano passado "Celso Blues Boy ao Vivo", seu primeiro DVD (também lançado em CD pela Penedo Produções). Diante de uma plateia entusiasmada, ele desfila suas músicas mais conhecidas com a classe, a garra e a emoção típicas de quem entrega aos fãs bem mais do que eles pedem.

Se o DVD/CD é a prova física do talento grandioso de Celso e da qualidade de sua obra, o show de lançamento do produto foi à amostra definitiva de seu carisma. No dia 1 de abril, ele lotou o Canecão, numa festa inesquecível.

É a demonstração de que, mesmo após três décadas de carreira, a história de Celso Blues Boy continua sendo traçada e contada. E, volta e meia, com superlativos coerentes com seu talento.

Celso faleceu na manhã do dia 06/08/2012, em sua casa, em Joinville. Celso Ricardo Furtado, 56 anos, sofria de câncer na garganta e estava radicado em Joinville há alguns anos.



Bitrate: 128Kbps.
 
Álbuns.

Som Na Guitarra (1984)
01. Aumenta que Isto aí é Rock And Roll
02. Fumando na Escuridão
03. Tempos Difíceis
04. Brilho da Noite
05. Amor Vazio
06. Rock Fora da Lei
07. Filhos da Bomba
08. Blues Motel 


Opção 1. Opção 2.

Marginal Blues (1986)
01. Marginal (Com Cazuza) 
02. Só Resta um Blues
03. Quem Entende (I Can´T Stand This) 
04. Não me Espere
05. A Velha Música
06. Forasteiro (Com Sá E Guarabira) 
07. Isso Não é Nada Mais
08. Alyne
09. Cry Blues Gin 


3 (1987)
01. A Isso Chamam Blues
02. Deixe Tudo Acontecer
03. D-Natural Blues (Instrumental)
04. Lá Vem ele Outra Vez
05. Vem Buscar o que Sobrou
06. Sempre Brilhará
07. Atrás do Tempo Perdido
08. Sem Ninguém
09. Damas da Noite
10. El Humahuaqueño (Instrumental)


Opção 1. Opção 2.

Blues Forever (1988)
01. Built For Comfort (Willie Dixon) 
02. We Can Work It Out (Mccartney) 
03. It's Too Late (Bobby Goldsboro) 
04. I Can't Stop Loving You (Dor Gibson)
05. Sittin' On The Dock Of The Bay (Otis Rodding) 
06. Just Like A Woman (Bob Dylan) 
07. Woke Up This Morning (Jules Taub)
08. Honky Tonk Women (Jagger) 
09. After Midnight (John J. Cale) 

Opção 1. Opção 2.

Quando A Noite Cai (1989)
01. Corações Perdidos
02. Talvez o Crime Compense
03. Suspeita Errada
04. Vida Blues
05. Me Diga o que é o Amor
06. Quando a Noite Cai Azul
07. Verde Vale
08. Seis Cordas
09. Jeito Blues
10. Musa da Perdição 


Opção 1. Opção 2.

Vivo (1991)
01. Tempos Difíceis
02. Blues Motel
03. Fumando na Escuridão
04. A Isso Chamam Blues
05. Sempre Brilhará
06. Atrás do Tempo Perdido
07. Me Diga o que é o Amor
08. Damas da Noite
09. Sem Ninguém
10. Amor Vazio
11. De um Jeito Blues
12. Brilho da Noite
13. Aquarela do Brasil (In Blues) 

14. Marginal
15. Aumenta que Isso aí é Rock And Roll
16. Até a Próxima Blues 


Opção 1. Opção 2.

Indiana Blues (1996)
01. Onze Horas da Manhã
02. Mississipi (Sobre Robert Johnson) 
03. Tempos Difíceis
04. Cachorro Louco
05. Aumenta que isso ai é Rock 'N' Roll
06. Balada Para Jack
07. Indiana Blues
08. Homem das Ruas
09. Liberdade (Raul Seixas e Celso Blues Boy) 

10. Sempre Brilhara
11. Amor Vazio
12. Apenas Outro Blues
13. Lágrimas
14. Baby Blue 


Opção 1. Opção 2.

Nuvens Negras Choram (1998)
01. Nuvens Negras Choram
02. Se Você Pudesse me Ver
03. Bring It On Home to Me
04. Sucata
05. L¡Via Blues
06. Que Pecado eu Fiz
07. Antes de Você
08. Zanardi's Boogie
09. Brilho da Noite
10. Os Anjos
11. As Rosas não Falam
12. Fumando na Escuridão
13. Raios 


Opção 1. Opção 2.

Vagabundo Errante (1999)
01. Esquinas do Tempo (Blues Do Rio) 
02. Trem da Meia Noite
03. Marginal
04. Último Tango Para Roy Buchanan
05. Uirapuru
06. Mundo Insano
07. Hey Baby
08. Saudades
09. Intro Sound
10. Vagabundo Errante 


Opção 1. Opção 2.

Quem Foi Que Falou Que Acabou O Rock N' Roll? (2008)
01. Onze Horas da Manhã
02. Damas da Noite
03. Casa da Luz Vermelha
04. Sempre Brilhará
05. Tempos Difíceis
06. Marginal
07. Fumando na Escuridão
08. Brilho da Noite
09. Quem Foi que Falou que Acabou o Rock'N Roll?
10. Amor Vazio
11. Hino Nacional Brasileiro
12. Aumenta Que Isso aí é Rock'N Roll 


Opção 1. Opção 2.

Por Um Monte De Cerveja (2011)
01. Por Um Monte de Cerveja
02. O que a Humanidade Fez
03. Ele Sabia que as Luzes se Apagam
04. Vim Tocar na Sua Cidade
05. Conversando Com Horácio Baunn
06. Odeio Rock N Roll
07. Toneladas de Solidão
08. Cantando o Mesmo Velho Blues
09. Beth Carvalho quer Comprar o Meu Fuscão
10. A Vida Faz Mal a Saúde
11. O Nevoeiro, O Albatroz e a Sombra
12. Vinho Vermelho
13. Aprenda a Dar o Troco 


Opção 1. Opção 2.

 
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