Campo di Marte foi mais uma das inúmeras bandas one shot surgidas na Itália durante a década de 70 que após o lançamento de um disco e devido a falta de apoio pra prosseguir, tiveram que encerrar as atividades precocemente. Mas como boa parte do que aconteceu com essas bandas, o disco deixado é de qualidade ímpar. A maioria das músicas é na verdade uma ótima combinação entre riffs pesados e a fineza progressiva da escola italiana. Os músicos tocaram de forma impecável. O único ponto negativo eu diria que é a produção, mas se pegarmos o fato que o disco foi feito em 1973 e sem muito apoio é completamente compreensível.
Suas peculiaridades são a presença de um dos guitarristas mais importantes na cena italiana progressiva, Enrico Rosa, a ideia de um álbum conceitual antimilitarista, um som muito difícil com características de hard rock e a presença original de duas baterias. Uma característica muito interessante também é a particular dissonância entre o preenchimento dos sons (guitarra, baixo e bateria) e o vazio da voz de Rosa. Os textos antimilitaristas são muito poéticos e descrevem as consequências da guerra que supera a paisagem e a vida dos homens, transformando prados verdes em cemitérios.
Enrico Rosa pode ser considerado um dos guitarristas italianos mais técnicos, fato que é comprovado através de sua grande carreira desenvolvida no jazz e no rock. O nome do grupo lembra a área de Florença e o deus da guerra. A capa do álbum mostra guerreiros turcos que se auto - infligem feridas dolorosas para mostrar sua coragem. A capa também visa mostrar a loucura e o absurdo da guerra.
O disco começa com “Primo Tempo”, uma música que mais me faz lembrar Black Sabbath do que uma banda sinfônica italiana. Bateria dissonante e guitarra entrando em colisão com os teclados criam um hard progressivo. Essas passagens pesadas são contrastadas com climas pastorais de vocais reservados e órgão flutuante além de um momento acústico e de flauta muito bem direcionada. O baixo é pulsante e a bateria não deixa a música perder o oxigênio. Um belo e sinistro início de álbum.
Em “Secundo Tempo” sim eu posso dizer que começa de maneira que podemos esperar de uma banda italiana, suave e acústica com uma bela melodia em que os músicos daquele país sabem fazer muito bem, a flauta onírica cria uma atmosfera densa, mas melódica e só é interrompida com a bateria que ao entrar cria um excelente contraste a música. À medida que a música vai avançando também lhe são acrescidos um tipo de jazz latino e influência em Genesis reforçados por mellotron. Tudo flui suavemente até o maravilhoso final com guitarras distorcidas.
“Terzo Tempo” é uma verdadeira caixa de surpresa. Traz um início confuso e meio cacofônico com Enrico Rossa torturando a guitarra quase em uma veia metal, mas depois de alguns segundos, o piano e os vocais tradicionais mudam radicalmente o humor da música para uma espécie de balada melancólica, mas que logo em seguida muda novamente o seguimento através de um piano que desvia a sua direção para uma música de melodia mais sinfônica. Na verdade as mudanças são continuas nessa faixa, mantendo sempre o interesse do ouvinte, como o bom rock progressivo deve ser.
“Quarto Tempo” parece na verdade duas faixas diferentes, onde a primeira é composta por um solo de órgão barroco na veia de Johan Sebastian Bach, mas que de repente se transforma em uma canção de rock sinfônico de tirar o fôlego, onde todos os instrumentistas dão tudo que eles têm a oferecer. E se isso já não fosse o bastante, apresenta um final acústico surpreendente e que pode ser visto como a cereja do bolo.
“Quinto Tempo” tem o início com intrincados fio de guitarra, seguido por belíssima melodia de flauta, belo também são as melodias vocais. A levada da bateria, guitarra acústica e o órgão é algo fabuloso, assim como uma parte engrandecida pelo uso de mellotron. Na parte final novamente encontra-se a agradável melodia vocal antes que a faixa chegue ao fim. De certa forma uma música bastante previsível, mas que os sutis e inesperados detalhes sempre me agarram em cheio.
“Sesto Tempo” é uma música de excentricidade absurda, parece que a banda misturou todos os estilos que conseguiram criar e os juntou com o único propósito de surpreender o ouvinte despreparado, mas apesar disso, o resultado é fantástico, cada colisão entre as seções acontecem de maneira natural. Tem bastante energia, guitarra às vezes fervorosa, órgão nervoso, sintetizadores e trompetes bem encaixados, um baixo latejante e bateria extremamente bem direcionada e tocada de forma sólida. Deliciosa do começo ao fim.
“Settimo Tempo” é a última música do álbum. Apresenta bons contrastes entre uma guitarra intrincada com o órgão e bateria. Mas é uma faixa tão contraditória e complexa que possui várias mudanças de temas e estilos musicais. Confesso que descrevê-la é complicado, pois fico com receio das palavras destruírem a sua beleza. Um final extremamente digno de encerrar uma obra tão maravilhosa.
Em 2003 gravaram um disco duplo ao vivo, um gravado em 1972 e o outro em 2003. Texto: 80 Minutos.
Suas peculiaridades são a presença de um dos guitarristas mais importantes na cena italiana progressiva, Enrico Rosa, a ideia de um álbum conceitual antimilitarista, um som muito difícil com características de hard rock e a presença original de duas baterias. Uma característica muito interessante também é a particular dissonância entre o preenchimento dos sons (guitarra, baixo e bateria) e o vazio da voz de Rosa. Os textos antimilitaristas são muito poéticos e descrevem as consequências da guerra que supera a paisagem e a vida dos homens, transformando prados verdes em cemitérios.
Enrico Rosa pode ser considerado um dos guitarristas italianos mais técnicos, fato que é comprovado através de sua grande carreira desenvolvida no jazz e no rock. O nome do grupo lembra a área de Florença e o deus da guerra. A capa do álbum mostra guerreiros turcos que se auto - infligem feridas dolorosas para mostrar sua coragem. A capa também visa mostrar a loucura e o absurdo da guerra.
O disco começa com “Primo Tempo”, uma música que mais me faz lembrar Black Sabbath do que uma banda sinfônica italiana. Bateria dissonante e guitarra entrando em colisão com os teclados criam um hard progressivo. Essas passagens pesadas são contrastadas com climas pastorais de vocais reservados e órgão flutuante além de um momento acústico e de flauta muito bem direcionada. O baixo é pulsante e a bateria não deixa a música perder o oxigênio. Um belo e sinistro início de álbum.
Em “Secundo Tempo” sim eu posso dizer que começa de maneira que podemos esperar de uma banda italiana, suave e acústica com uma bela melodia em que os músicos daquele país sabem fazer muito bem, a flauta onírica cria uma atmosfera densa, mas melódica e só é interrompida com a bateria que ao entrar cria um excelente contraste a música. À medida que a música vai avançando também lhe são acrescidos um tipo de jazz latino e influência em Genesis reforçados por mellotron. Tudo flui suavemente até o maravilhoso final com guitarras distorcidas.
“Terzo Tempo” é uma verdadeira caixa de surpresa. Traz um início confuso e meio cacofônico com Enrico Rossa torturando a guitarra quase em uma veia metal, mas depois de alguns segundos, o piano e os vocais tradicionais mudam radicalmente o humor da música para uma espécie de balada melancólica, mas que logo em seguida muda novamente o seguimento através de um piano que desvia a sua direção para uma música de melodia mais sinfônica. Na verdade as mudanças são continuas nessa faixa, mantendo sempre o interesse do ouvinte, como o bom rock progressivo deve ser.
“Quarto Tempo” parece na verdade duas faixas diferentes, onde a primeira é composta por um solo de órgão barroco na veia de Johan Sebastian Bach, mas que de repente se transforma em uma canção de rock sinfônico de tirar o fôlego, onde todos os instrumentistas dão tudo que eles têm a oferecer. E se isso já não fosse o bastante, apresenta um final acústico surpreendente e que pode ser visto como a cereja do bolo.
“Quinto Tempo” tem o início com intrincados fio de guitarra, seguido por belíssima melodia de flauta, belo também são as melodias vocais. A levada da bateria, guitarra acústica e o órgão é algo fabuloso, assim como uma parte engrandecida pelo uso de mellotron. Na parte final novamente encontra-se a agradável melodia vocal antes que a faixa chegue ao fim. De certa forma uma música bastante previsível, mas que os sutis e inesperados detalhes sempre me agarram em cheio.
“Sesto Tempo” é uma música de excentricidade absurda, parece que a banda misturou todos os estilos que conseguiram criar e os juntou com o único propósito de surpreender o ouvinte despreparado, mas apesar disso, o resultado é fantástico, cada colisão entre as seções acontecem de maneira natural. Tem bastante energia, guitarra às vezes fervorosa, órgão nervoso, sintetizadores e trompetes bem encaixados, um baixo latejante e bateria extremamente bem direcionada e tocada de forma sólida. Deliciosa do começo ao fim.
“Settimo Tempo” é a última música do álbum. Apresenta bons contrastes entre uma guitarra intrincada com o órgão e bateria. Mas é uma faixa tão contraditória e complexa que possui várias mudanças de temas e estilos musicais. Confesso que descrevê-la é complicado, pois fico com receio das palavras destruírem a sua beleza. Um final extremamente digno de encerrar uma obra tão maravilhosa.
Em 2003 gravaram um disco duplo ao vivo, um gravado em 1972 e o outro em 2003. Texto: 80 Minutos.
Integrantes.
Enrico Rosa (Guitarra, Mellotron, Vocal)
Mauro Sarti (Bateria, Flautas, Vocais)
Alfredo Barducci (Trompas, Flauta, Piano, Órgão, Vocal)
Carlo Felice Marcovecchio (Bateria, Vocal)
Paul Richard (Baixo, Vocal)
Bitrate: 320Kbps.
Campo Di Marte (1973)01. V Tempo (Originally Named Prologo Parte I) (5:57)
02. VI Tempo (Originally Named Prologo Parte II) (6:05)
03. VII Tempo (Originally Named Prologo Parte III) (7:20
04. I Tempo (Originally Named Riflessione Parte I) (8:03)
05. II Tempo (Originally Named Riflessione Parte II) (3:24)
06. III Tempo (Originally Named Epilogo Parte I) (6:20)
07. IV Tempo (Originally Named Epilogo Parte II) (3:12)
Opção 1.
Opção 2.
Concerto Zero Live (1972/2003)CD 1: Live 1972.01. Prologio Parte 2 Setimo Tempo (7:55)
02. Alba Secondo Tempo (12:32)
03. Epilogo Quarto Tempo (5:42)
04. Prologio Parte 1 Qinto & Sexto Tempo (5:27)
CD 2: Live 2003.01. Primo Tempo Settimo Tempos (10:02)
02. Back in Time (3:26)
03. Bluesy Rocky (6:07)
04. Italian Irish (5:02)
05. Secondo Tempo (4:07)
06. Terzo Tempo Quarto Tempo (8:13)
07. Rock Barock (2:45)
08. Outro (3:51)
Opção 1.
Opção 2.
Enrico Rosa (Guitarra, Mellotron, Vocal)
Mauro Sarti (Bateria, Flautas, Vocais)
Alfredo Barducci (Trompas, Flauta, Piano, Órgão, Vocal)
Carlo Felice Marcovecchio (Bateria, Vocal)
Paul Richard (Baixo, Vocal)
Bitrate: 320Kbps.
Álbuns.
Campo Di Marte (1973)01. V Tempo (Originally Named Prologo Parte I) (5:57)
02. VI Tempo (Originally Named Prologo Parte II) (6:05)
03. VII Tempo (Originally Named Prologo Parte III) (7:20
04. I Tempo (Originally Named Riflessione Parte I) (8:03)
05. II Tempo (Originally Named Riflessione Parte II) (3:24)
06. III Tempo (Originally Named Epilogo Parte I) (6:20)
07. IV Tempo (Originally Named Epilogo Parte II) (3:12)
Opção 1.
Opção 2.
Concerto Zero Live (1972/2003)CD 1: Live 1972.01. Prologio Parte 2 Setimo Tempo (7:55)
02. Alba Secondo Tempo (12:32)
03. Epilogo Quarto Tempo (5:42)
04. Prologio Parte 1 Qinto & Sexto Tempo (5:27)
CD 2: Live 2003.01. Primo Tempo Settimo Tempos (10:02)
02. Back in Time (3:26)
03. Bluesy Rocky (6:07)
04. Italian Irish (5:02)
05. Secondo Tempo (4:07)
06. Terzo Tempo Quarto Tempo (8:13)
07. Rock Barock (2:45)
08. Outro (3:51)
Opção 1.
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